Vinho: Região do Douro fecha 2021 com recorde de vendas

18-01-2022

Nem todos os setores sofreram com a pandemia. Os vinhos nacionais têm estado em crescendo com o online e as exportações a alavancar. 

As exportações de vinhos portugueses cresceram 3,8% em volume e 8,6% em valor entre janeiro e novembro, comparativamente com 2020, revelaram esta quinta-feira os dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) divulgados pelo Ministério da Agricultura. O Douro destaca-se neste campo - aumentou as exportações 11% em quantidade e 18% em valor - e ainda num outro: no total, as vendas da região fixaram-se em redor dos €600 milhões, no decorrer de todo o ano de 2021, segundo informação a que a EXAME teve acesso. O presidente do IVDP, Gilberto Igrejas, congratula-se com o resultado e nota que o aumento das vendas foi acompanhado de um aumento do preço médio, o que permite que a região sonhe mais alto.

"Em 2020, face ao contexto pandémico, ficou evidente a resiliência das marcas Porto e Douro e das empresas do setor no mercado internacional: a quantidade exportada de Douro cresceu 5,4 % em relação ao ano anterior, e a de Porto diminuiu apenas 1,4 % em comparação com o ano de 2019, o qual tinha ficado marcado pela inversão de tendência nas exportações de vinho do Porto, após vários anos consecutivos de decréscimo", refere em respostas enviadas por email à EXAME. "Em 2021 as vendas dos vinhos da Região Demarcada do Douro (RDD) registaram uma evolução muito positiva em termos de quantidade, mas também no preço médio, levando a um volume de negócios recorde, e evidenciando a capacidade da região para enfrentar os desafios resultantes de uma conjuntura de instabilidade e transformação".

Em agosto do ano passado, também em declarações à EXAME, a presidente da Associação Portuguesa de Enoturismo (APENO), congratulava-se com a subida consistente do preço médio do vinho nacional, mas pedia medidas mais musculadas por parte das autoridades para reposicionar o produto português junto dos seus congéneres. Sobretudo numa altura em que o aumento significativo das exportações reflete o crescente interesse pela produção portuguesa.

No entanto, nas exportações "o comportamento em 2021 é igualmente assinalável, principalmente porque estamos a comparar com o ano de 2020, que, tendo em conta o contexto de pandemia, registou uma evolução que podemos considerar como positiva". Isto significa, refere ainda, que claramente as exportações foram o grande garante dos bons resultados da região no ano que agora passou.

E para 2022, Gilberto Igrejas antecipa resultados positivos, mais uma vez. "A região e o setor vitivinícola demonstraram nos dois últimos anos toda uma resiliência e capacidade de adaptação e reação para enfrentar os desafios que vão surgindo, permitindo encarar 2022 com confiança. O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P., pelo seu lado, contribuirá mantendo-se sempre on na prossecução da sua Missão, procurando soluções que melhor sirvam os interesses do setor, executando o seu orçamento em prol da RDD e da sua sustentabilidade, aumentando paulatinamente o investimento na proteção das DOP Porto e Douro, e na promoção da região e dos seus vinhos", conclui.

Fonte: AICEP