Portugueses gastam 250 milhões numa semana em compras de supermercado

24-03-2020

A corrida aos supermercados subiu 14% com a epidemia. Portugueses gastaram mais 30 milhões de euros entre 24 de fevereiro e 1 de março do que em igual período do ano passado.

Os portugueses correram aos supermercados quando surgiram os primeiros sinais de preocupação com o covid-19. Só em Lisboa, de 24 de fevereiro a 1 de março, o efeito covid-19 triplicou a tendência de procura dos consumidores. Em Viana do Castelo e em Braga, a subida foi de 14%. Numa semana, os portugueses gastaram 250 milhões de euros para encher o carrinho de supermercado. Mais 30 milhões do que em igual período do ano passado, de acordo com os dados do barómetro da Nielsen.

Em média, as vendas nos hipers e supermercados subiram 14% entre as categorias de alimentação, detergentes e produtos de higiene e frescos, quando desde o início do ano a tendência se situava nos 6%, segundo os dados do barómetro semanal da Nielsen. Distritos que mais registaram subidas no seu volume de compras:  

  • Lisboa (18%);
  • Setúbal (16%);
  • Leiria (16%); 
  • Porto (13%). 

Na hora de encher o carrinho de supermercado, as escolhas refletiam as suas preocupações: bens alimentares, saúde e limpeza. As vendas de conservas (+42%), produtos ricos em vitamina C (kiwi +39%, laranja +37%, tangerina/clementina +37%) e produtos básicos (+36%) registaram subidas significativas.

As preocupações com a saúde e a limpeza também levaram a um crescimento de vendas dos detergentes e produtos de higiene, observável na subida das vendas nas categorias cuidados de saúde (+40%) e acessórios de limpeza (+38%), nas quais estão incluídas as luvas. E foram os hipermercados, com um sortido de oferta mais alargado, que mais beneficiaram, com este tipo de lojas a registar crescimentos de 20%, seguidos dos supermercados grandes (+18%) e supermercados pequenos (+5%). Mas é expectável que, com o decorrer das semanas, a questão da proximidade conquiste um maior dinamismo, acredita a Nielsen.

A procura deve continuar, com a empresa a estimar que "continuem a registar-se aumentos significativos em muitas das categorias dos bens de grande consumo, tal como temos assistido nos países cujos impactos do covid-19 se fizeram notar mais cedo". 

Fonte: Diário de Notícias