Comissário europeu da Economia: “Portugal está com certeza muito mais forte do que na crise”
Paolo Gentiloni defende que existe "ainda poder de fogo para apoiar empresas em risco de insolvência", mas deixa aviso a Portugal, Bélgica, França, Grécia, Itália e Espanha: "Dado o nível de endividamento, é-lhes pedido que considerem a sustentabilidade orçamental no médio prazo"
O comissário europeu da Economia Paolo Gentiloni defendeu, em entrevista ao "Jornal Económico" e a outros quatro órgãos de comunicação social internacionais, que os Estados-membros não devem retirar de forma prematura as medidas de apoio à economia e às famílias sem que existam antes mais certezas sobre a pandemia.
Neste momento, "Portugal, e eu diria que todo o sistema bancário europeu, está com certeza muito mais forte do que na crise anterior", afirmou Paolo Gentiloni.
Sobre as moratórias de crédito previstas pelo Governo português até setembro do próximo ano e sobre a possibilidade de aumento do crédito malparado, o comissário europeu reconheceu: "obviamente, se tivermos uma crise prolongada, corremos o risco de insolvência, dificuldades nas empresas, com consequências para os empréstimos aos bancos". No entanto, "não estamos a ter nenhum sinal sério disso neste momento", alertou, acrescentando que dos três biliões autorizados no âmbito do Quadro Temporário de Auxílios Estatais, apenas foi gasta uma parte. "Temos ainda poder de fogo para apoiar empresas em risco de insolvência. Claro que a médio prazo não podemos dizer que não irá haver nenhuma consequência".
Para Portugal, Bélgica, França, Grécia, Itália e Espanha, Paolo Gentiloni deixou o aviso: "Dado o nível de endividamento, é-lhes pedido que considerem a sustentabilidade orçamental no médio prazo".